Traição pela metade

A infidelidade de Betina e Carlos não acontece... Ou quase

 

Naquele motel discretíssimo, os dois podem tudo. Ali, sem plateia, sem incômodos, sem chatos e sem maridos, entre bebidinhas e comidinhas, Betina e Carlos podem realizar seus desejos mais ocultos - podem, enfim, se amar. Já era tempo! Mas ela está nervosíssima e, quando fica assim, pra surpresa de Carlos, diz que pode até desmaiar! “Deixa eu me ambientar primeiro”, diz evitando o abraço de Carlos e se mandando pro banheiro.

Mas será o Benedito? Será que justo agora, Betina vai dar pra trás?

Quando sai de lá e sente braços enlaçarem-na pela cintura, Betina solta um grito! “Está tremendo?!”, nota Carlos. E lá vai Betina de volta pro banheiro, em pânico. Sai de lá enroscada em um roupão: “Não pode escurecer mais o quarto?”.

Carlos atende ao pedido. Tem todo o tempo do mundo e sabe que precisa fazê-la relaxar; “Quero que você se sinta bem, sem ter de forçar nada”. Betina agradece e, mais relaxada, deita-se na cama.

Nessa hora, Carlos avança para o beijo. Betina hesita, tem vontade de desistir, mas acaba embarcando. É só uma preliminar, claro. Carlos sabe que, antes, precisa convencê-la com palavras doces e gentis. Aos poucos, Betina vai ganhando confiança, coragem... Súbito, ela tira a aliança e guarda na cabeceira da cama – sinal de que falta pouco pra rolar.

Mas nessa hora, o celular dela começa a tocar. “Meu marido!” Betina atende e a coragem  que tinha parece sumir. Gustavo tem um problema no trânsito, vai precisar do carro dela emprestado. Betina se enrola nas respostas, diz que está malhando e acaba tendo de fazer o que ele pede. E agora?

Bem, agora ela precisa deixar as chaves do seu carro na academia antes que o marido chegue. Betina olha desesperada para Carlos e suplica: “Pelo amor de Deus, me deixe num táxi”. Pelo jeito, esse caso vai ter de esperar mais um pouquinho pra desenrolar!